terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Valsa

Uma sensação de demência profunda finca-se na pele e perco o sentido da relação espaço-tempo. 
O meu cérebro em sangue de esgotamento, a alma em cacos e irremediavelmente quebrada, o coração em cinzas já pisadas e amolecidas.  
O vício assola-me  numa monotonia estável e repetitiva. 
De algum modo sinto-me segura na prisão das notas que prevejo chegar.
De algum modo o chão que piso na minha cabeça enquanto deslizo encantada faz-me sentir genuína. 
Perdi-me em algum momento do tempo. Não sei onde fiquei, onde estou e para onde vou.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Risco

Dois olhares cruzam-se na casualidade de um café. Uma. Duas. Três vezes.
Uma decisão de não partir sem luta e sem risco. 
Hei-de encontrar uma forma de passar a bola para o teu lado.
Um papel largado no vento e confundido com cinza. Uma cara assustada. A loucura a passar-me em frente do olhar. 
Não saber o que aconteceu e apenas ter a certeza que foi arriscado. 
Um risco atrás de outro. 
Os dedos a deslizarem pelas teclas e pedaços soltos de informação a circularem... errado? Provavelmente.
Risco sem cálculo ou intenções que fosse e um cigarro no gelo da noite. 
E como se não chegasse a epifania das loucuras num copo com um pedaço de alcool a aquecer-me o corpo e um par de horas de conversa a alimentar-me a alma... unilateral, embora. Julgo que por vezes me esqueço de quanta informação posso soltar quando a intenção inicial se prende com triggers muito mais complexos.
Dei-te um pouco de algo esta noite. Tu, deste-me uma história.