terça-feira, 10 de julho de 2012

Explosão

Sinto na pele o desejo a tomar conta de mim.
Um estado de loucura pela impossibilidade física de te ter e a demência a tomar conta de ti e de mim…
Sinto em cada palavra o que é querer-te, em cada reticência o que é desejares-me.
Carnal. Psicótico.
Este cruzamento ocasional em que partilhamos pequenos pedaços de tempo tornou-se uma praga.
Não posso fechar os olhos que a imagem repete-se na escuridão: o teu corpo e o meu a debaterem-se na nudez da sede de poder numa luta pela satisfação da carne…
Assim que os meus olhos pousam em ti a minha boca é consumida pela tua e o meu corpo projetado de encontro à parede mais próxima e esmagado pelo teu. Na penumbra um vestido cai aos meus pés e dois corpos colam-se forçando as pélvis uma contra a outra numa antevisão de um movimento compulsivo e determinado. As mãos tocam na maciez de um seio que descansava na linha limite do decote. Um peito rosado, suave, macio…
A linha das costas é definida e duas mãos encontram o final das costas com deleite… As pernas vacilam em cima dos saltos altos que apenas servem para igualar alturas e que colocam dois olhares e duas bocas mais próximas…
Uma mão escorrega e perde-se como um dedilhar que faz gemer o violino… um pedaço de vida inanimado torna-se agora opulento e impossível de esconder noutro lugar que não aquele que se apresenta, ansioso, na sua frente.
Explosão. Demasiado rápido, demasiado pouco.
A incapacidade de projectar qualquer tipo de satisfação preocupa-me…
Será sempre insuficiente.

Sem comentários:

Enviar um comentário