A adrenalina inunda-me. Sinto que tenho cafeína a correr-me nas veias e o mundo fica cinzento. O tempo deixou de existir. Deixou de fazer sentido. Pareço viciada no sucesso. Estou viciada na perfeição.
A esquizofrenia, o desdobramento de personalidade, as personagens múltiplas de cada dia.
Nem sei se isto é medicamente saudável... mas também não importa.
Sinto o coração a acelerar a cada nova ideia. Sinto o cérebro a explodir quando preciso de dormir.
É uma espécie de metamorfose em que a carapaça passa a ser de titânio. Nem eu sabia que tinha tanta vontade, tanta força e tanta energia.
Anseio pelo momento em que irei descansar, em que irei sossegar.
Só espero que não dure muito: não quero deixar de ser viciada.
sexta-feira, 16 de março de 2012
segunda-feira, 5 de março de 2012
Embriaguez
Estou completamente embriagada.
Normalmente costuma ser uma coisa boa, ou então uma metáfora de algo dito de positivo ou fofo ... mas não: estou embriagada de raiva e ódio.
Toda a tarde engoli em seco quando o vómito me chegava à boca e quase me saía pelas narinas: não suporto ouvir vozes de quem vive na estratosfera e não conhece o mundo real porque vive numa realidade à parte.
"Quem é você para falar assim, ainda por cima com idade para ser minha filha?"
Falo assim porque palmilho as pedras da calçada todos os dias, porque assisto aos problemas daqueles que me procuram em busca de auxílio e oiço as suas preocupações e ansiedades. Porque sei que o que preocupa é apenas deixar rebentar as asas e voar sozinha.
Irrita-me. Enervam-me as senhoras que se vestem de luxo da ponta das unhas às plantas dos pés mas que depois não sentem o chão que pisam. Enerva-me que a minha voz não seja ouvida porque sou muito nova e porque qualquer pessoa naquela sala cheia de políticos e de actores da praça pública tenham o dobro da minha idade. Se a minha experiência ( por mais pequena que seja ao menos eu sujei as mãos) não serve de nada, então os vossos euros são dinheiro deitado na sanita. E AINDA ME PERGUNTAM PORQUE É QUE O PAÍS ESTÁ COMO ESTÁ!
RAIVA, RAIVA, RAIVA! GRRRRRRRRRHHHHHHHHHHH
Enfio a cabeça na almofada e peço a Deus que deixe de doer. Dói-me a estupidez e a ignorância. Dói-me que sejam estas as pessoas com poder sobre a vida dos outros.
Normalmente costuma ser uma coisa boa, ou então uma metáfora de algo dito de positivo ou fofo ... mas não: estou embriagada de raiva e ódio.
Toda a tarde engoli em seco quando o vómito me chegava à boca e quase me saía pelas narinas: não suporto ouvir vozes de quem vive na estratosfera e não conhece o mundo real porque vive numa realidade à parte.
"Quem é você para falar assim, ainda por cima com idade para ser minha filha?"
Falo assim porque palmilho as pedras da calçada todos os dias, porque assisto aos problemas daqueles que me procuram em busca de auxílio e oiço as suas preocupações e ansiedades. Porque sei que o que preocupa é apenas deixar rebentar as asas e voar sozinha.
Irrita-me. Enervam-me as senhoras que se vestem de luxo da ponta das unhas às plantas dos pés mas que depois não sentem o chão que pisam. Enerva-me que a minha voz não seja ouvida porque sou muito nova e porque qualquer pessoa naquela sala cheia de políticos e de actores da praça pública tenham o dobro da minha idade. Se a minha experiência ( por mais pequena que seja ao menos eu sujei as mãos) não serve de nada, então os vossos euros são dinheiro deitado na sanita. E AINDA ME PERGUNTAM PORQUE É QUE O PAÍS ESTÁ COMO ESTÁ!
RAIVA, RAIVA, RAIVA! GRRRRRRRRRHHHHHHHHHHH
Enfio a cabeça na almofada e peço a Deus que deixe de doer. Dói-me a estupidez e a ignorância. Dói-me que sejam estas as pessoas com poder sobre a vida dos outros.
quinta-feira, 1 de março de 2012
Estado de stress
7 da manhã e acordo sem querer. Irrito-me com as coisas que me bloqueiam o caminho à minha volta. Estou chateada, queria dormir mais uma hora.
O meu cérebro acorda-me: não foi por minha vontade que me levantei mas o lado esquerdo lembrou-me da imensidade de coisas por fazer. A responsabilidade não é um peso, é uma peste. Ou uma sanguessuga que se cola e que me relembra sempre que está ali. Não deixo de ser livre! O problema é que uma liberdade condicionada não é liberdade.
Hoje tudo me atrofia e incomoda. Pressinto que o dia vai ser complicado: já estou nervosa e acabei de acordar.
Banho. Roupa. Café. Maquilhagem. Café outra vez. Onde deixei a pasta? As chaves de casa estão na mala? Merda, não tenho tabaco.
Saio de casa e o nevoeiro cobre Lisboa. Que dia fantástico para sair de casa de madrugada.
O meu cérebro acorda-me: não foi por minha vontade que me levantei mas o lado esquerdo lembrou-me da imensidade de coisas por fazer. A responsabilidade não é um peso, é uma peste. Ou uma sanguessuga que se cola e que me relembra sempre que está ali. Não deixo de ser livre! O problema é que uma liberdade condicionada não é liberdade.
Hoje tudo me atrofia e incomoda. Pressinto que o dia vai ser complicado: já estou nervosa e acabei de acordar.
Banho. Roupa. Café. Maquilhagem. Café outra vez. Onde deixei a pasta? As chaves de casa estão na mala? Merda, não tenho tabaco.
Saio de casa e o nevoeiro cobre Lisboa. Que dia fantástico para sair de casa de madrugada.
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