quarta-feira, 22 de abril de 2015

De soldado a estratega


O meu corpo decide avançar mais rápido que o cérebro.

8 horas e já estou de pé. Bolas, só precisava de acordar às 10.
Levanto-me revoltada e apercebo-me que estou esfomeada. Ligo a tv e as notícias contradizem-se na definição e não trazem nada de novo.
A casa parece saída de um filme e o sol hoje está radiante. 
Observo a minha calma madura. 
Rejubilo com a sagacidade adquirida e a frieza de não estar em estado de stress profundo. 
A verdade é que ganhei a capacidade de ver de cima, de olhar para a minha vida de fora. 
A perspectiva mudou e muda também o resultado. Passei de soldado a estratega e de exasperada a calma.
Larguei as roupas sujas, ensanguentadas e gastas, as botas grossas e ásperas, larguei a adrenalina da matança.
Envergo agora trajes solenes da cor das nuvens, o meu queixo levantou-se e nos pés envergo doces pantufas de algodão. Olho o mundo com calma de um ponto mais elevado que me permite ver mais longe. Já não é alta a voz mas o sorriso mantém-se. 
Chamam-me de louca e isso vai ser agora a minha maior vantagem. 

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