sexta-feira, 15 de julho de 2016

Devias...

Devias estar aqui comigo... 
Passeávamos à beira mar...
Deixávamos as ondas beijarem os nossos pés descalços.
Dançávamos na areia molhada...
Enrolávamo-nos na serenidade da noite debaixo de uma lua imensa... Na areia que esfria mas se mantém confortável.
Deixavámos que a noite descesse sobre nós e via-te fechar os olhos e deixares-te ir nos meus braços perdido nos meus beijos.
Devias estar aqui a construir memórias que se gravam a ferro e fogo. A conheceres o sentimento do que é viveres um romance que ultrapassa as fronteiras do tempo, as fronteiras do espaço. 
Devias estar aqui... Entregue aos caprichos do corpo e da voluptuosidade. A compreender onde os maiores poetas da história encontraram inspiração. 
Devias estar aqui... E na ausência de espaço e tempo teres o vislumbre de uma paixão tão intensa que trucida a alma de vontade e de desejo. 
Devias estar aqui... E ouvir as ondas que suavemente rebentam e me provocam um arrepio na espinha que devias ser tu a provocar. 
Devias estar aqui... 
Na prisão de um desejo imensurável e violento que faria as tuas mãos não largarem as minhas e os nossos corpos colarem na sofreguidão de uma noite que não quereríamos ver terminada.
Devias...mas não existes.

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