Saio pela manhã e temo o frio anunciado nos Media. Enrolo-me em lã que se cola aos lábios por causa do baton do cieiro. Não quero ficar com os lábios mais cortados do frio.
Chego à marginal e a luz irrita-me os olhos: ainda estou demasiado cansada. Caminho a sentir aquele cheiro que todos odeiam a entranhar-se no cérebro e inundar-me os sentidos dando-me uma sensação de conforto que remonta à infância. Chamam-lhe cacimba, outros peixe podre outros dizem que é dos esgotos. Quanto a mim, prefiro sentir o cheiro como a antiguidade dos rios e dos oceanos: é um cheiro que cheira a história.
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