Esvaziamento. Parte de mim escorre para fora da minha alma e eu fico manca. O tempo esgota-se e sei que a situação vai piorar. Sei que vou bater no fundo. Há uma solidão que me persegue como uma sombra. Acompanha-me. Não me deixa em paz. Hei-de senti-la por fim integrar-se em mim e consumir-me. Apenas quero adiar o momento e o sofrimento, não gosto de sofrimentos graduais, prefiro sofrer tudo de uma vez. Não gosto de antever o que vem, prefiro reagir no momento.
O único problema são aqueles momentos em que a sombra me toca e eu sinto o vazio: como uma caverna pegajosa e fria, desconfortável e dolorosa.
Quando antevejo o amanhã sinto-o assim.
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