
Estar sempre disponível e ser atenciosa quando sou precisa.
Ser material descartável quando não sou.
Um mundo ruiu à minha porta e apanhei todos os cacos. Uma, duas, três vezes.
Apanho os cacos de corações destruídos, de espíritos em sofrimento. Absorvo as dores e permito sempre que a minha existência seja um refúgio. Presentei-os com o sossego ou a alegria, uma boa refeição ou simplesmente um mimo. Sou a força, o suporte, a amizade, a loucura, o divertimento, o riso.
Apanho os cacos que outros criaram. A mim ninguém me apanha.
Se calhar não tenho simplesmente alma e o meu coração está morto e não sei.
Definitivamente acho que vou criar um hospital de almas. Ao menos assim recebo algo em troca.