As expectativas não eram nenhumas...ou melhor, oscilavam entre o 0 e -1.
Decidi que ia: quanto muito iria ficar a rir-me a a deixar o álcool invadir o meu sangue. Decidi ir porque se não fosse, seria mais uma noite de sábado perdida e roubada à minha juventude.
O que se seguiu foi impossível de descrever...
A música puxava pelo meu corpo mas eu não sei dançar.
Batidas quentes e na pista parecia que os corpos se fundiam visualmente enquanto do meu canto eu apreciava a magia.
Uma mão agarra a minha e leva-me dali...
"Eu não sei dançar", "não faz mal, anda eu ensino-te". Em passos rijos e movimentos presos uma música passa e termina comigo a trocar os pés a cada 15 segundos.
Uma nova mão estende-se e leva-me para dançar " Eu não sei dançar", " eu ensino-te".
E entre a explicação monitorizada de dois passos para um lado e um passo para o outro e duas mãos a violentarem as minhas costelas e a fincarem-se nas minhas ancas, lá me mexi descompassadamente.
"Não partas a rapariga" e uma mão resgata-me deste movimento mecanizado e bruto.
"Eu não sei dançar", " Deixa-te ir.." e eu deixei...
Deixei que um corpo encaixasse no meu, que os meus pés seguissem o som da música que parecia agora entrar directamente na minha alma. Deixei as mãos serem apoio e senti cada pedaço de movimento de olhos bem fechados. As minhas mãos a tocarem o pescoço e o cabelo e a vontade de o agarrar enquanto o meu peito se colava noutro e a respiração entrou em red line. Dois corpos molhados e gotas de suor a saltarem e a escorregarem para o meu peito e a esconderem-se entre os meus seios. Um par de mãos a fazer-me rodopiar em movimentos que eu só tinha visto em filmes e uma anca contra a minha numa movimentação compassada e sensual. O corpo a sentir a alma e pequenos minutos a fazerem com que a relação espaço-tempo se extinguisse no buraco negro que foi uma percepção de lúxuria e erotismo.
A música a mesclar sentidos e a entorpecer a minha existência.
Com o corpo certo eu sei dançar.
domingo, 31 de março de 2013
terça-feira, 19 de março de 2013
Racionalidade
Odeio a racionalidade.
Talvez por ser tão dependente dela e lhe conceder tanto crédito.
Odeio-a!
Não quero ter que tomar decisões com base nela.
Não quero fazer as coisas porque preciso! e nesta necessidade reside a chamada e amiga racionalidade!
Quero fazer o que quero.
Quero poder querer.
Quero poder querer ter querido.
Raios!
Toda a estratégia inerente a anos de análises precisas e implacáveis, a planeamentos meticulosos e estruturados, a deixas pensadas e palavras manipuladas são lixo para mim.
Abri os olhos para a minha ingenuidade atabalhoada e sou mais que um complexo de jogos intercalados e imprevisíveis.
Quero ser eu.
Talvez por ser tão dependente dela e lhe conceder tanto crédito.
Odeio-a!
Não quero ter que tomar decisões com base nela.
Não quero fazer as coisas porque preciso! e nesta necessidade reside a chamada e amiga racionalidade!
Quero fazer o que quero.
Quero poder querer.
Quero poder querer ter querido.
Raios!
Toda a estratégia inerente a anos de análises precisas e implacáveis, a planeamentos meticulosos e estruturados, a deixas pensadas e palavras manipuladas são lixo para mim.
Abri os olhos para a minha ingenuidade atabalhoada e sou mais que um complexo de jogos intercalados e imprevisíveis.
Quero ser eu.
domingo, 3 de março de 2013
Palco
Retiro-me de cena de mansinho.
Os atores em palco a contracenar. O mundo a continuar a sorver a peça que nunca termina.
Espectadores na plateia. Personagens no palco.
Subtilmente afasto-me para o limite da visão do público. Estaco no momento em que tenho que decidir sair ou continuar.
Um limbo.
Não consigo escolher de que lado serei mais feliz.
Os atores em palco a contracenar. O mundo a continuar a sorver a peça que nunca termina.
Espectadores na plateia. Personagens no palco.
Subtilmente afasto-me para o limite da visão do público. Estaco no momento em que tenho que decidir sair ou continuar.
Um limbo.
Não consigo escolher de que lado serei mais feliz.
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