terça-feira, 12 de julho de 2016

Unspoken

No doce encanto de um dia que se move serenamente para a noite sossego na paz de uma existência que se encontra com o espelho pela primeira vez. 
Na quietude das palavras que ainda não foram proferidas auguro um abrir do pano e de palco inéditos. 
Sossego. 
Na calma e perseverança de um ser que agora vive constantemente preso num sonho acordado. 
Os sentidos apresentam-se ao serviço impecavelmente eficientes. 
As rugas voltaram a morar no canto dos lábios. 
A urgência de viver instala-se num pequeno coração que volta a bater na jovialidade do seu renascimento. 
Já morri vezes demais. 
O sol desce sobre a minha pele. 
Sinto a carícia do calor e imagino que alguém consegue apreciar este momento com a mesma percepção que eu. 
Tenho uma checklist demasiado grande...demasiado forte. 
Olho à volta e sei que os meus desejos são mito, fantasia, Deus. 
Incógnita na decisão de merecer o que quer que seja, oiço o silêncio a cair com a noite e um olho um copo, que vazio, apresenta apenas vestígios daquilo que foi. 

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